21 de set. de 2012
Sweet dreams are made of this
Eu estava dormindo... Dormindo profundamente... Quando de repente acordei com o barulho do vento noroeste zumbindo fortemente e a chuva respingando na minha janela, que de algum modo, estava aberta. Levantei com toda preguiça da minha cama quentinha, calcei minhas pantufas e fui em direção à janela.
O vento estava muito forte, as portas da janela batiam fortemente. Fechei as portas, abaixei o vidro e voltei para a minha cama, na qual já se encontrava suficientemente fria. Deitei, virei de um lado, virei para o outro e não consegui pegar no sono. Foi então que me dei conta de que não estava no meu quarto, o pijama de flanela que eu usava não era meu, o edredom era desconhecido, assim como o travesseiro e o meu ursinho. Olhei a minha volta, meus móveis, minha televisão, meu violão, minhas fotos e câmeras, todas elas eram diferentes e algumas não existiam. Entrei em pânico. Resolvi sair do quarto, tentei abrir a porta mas até a maçaneta era diferente. Sai e andei. Andei por todos os cômodos da casa e, de fato, todos eles eram estranhos aos meus olhos, porém, passavam uma certa segurança. Como se eu pertencesse à casa. Como se ela fosse minha. Como se... Eu já não me recordo.
Voltei para o quarto, abri meu guarda-roupa e minhas roupas eram diferentes. Minhas sapatilhas tinham um toque mais vintage. Resolvi trocar de roupa e sair da casa.
Algum tempo depois de estar arrumada, me vejo fora da casa, olho em volta e já não reconheço nem a vizinhança. Um lugar diferente. Um lugar colorido. Um lugar... Sim, Paris!
De alguma forma, acordei em Paris. Como e quando não sei dizer ao certo. A minha alegria e entusiasmo tomaram conta do meu. Minha expressão facial mudou como um passe de mágica.
Como eu poderia acordar na cidade mais bela do mundo? Será que tenho alguma fada madrinha? Será que estou sonhando? Tentei me beliscar, e para a minha surpresa, a dor foi forte. Andei por toda a vizinhança, conheci lugares novos, comi maçã do amor e petit four em forma de coração. Tirei fotos de todos os lugares e todos os simples detalhes. Não queria perder a chance de registrar tudo aquilo o meus olhos estava, vendo. Foi quando alguém tocou meu ombro. Olhei para trás e disse: "Oi?". Era um belo rapaz. Um rapaz alto cujo os olhos eram encantadores, um sorriso meigo, cabelos negros e curtos. Então ele diz: "Achei que você não acordaria nunca, Honey Bee..." - Como ele sabia meu apelido carinhoso? Como ele sabia que eu estava na França? Como ele sabia da minha existência? Como? Não pude responder minhas perguntas. Eis então que esse belo rapaz toma a minha mão e me leva para dar um passeio. Tiramos fotos, rimos, cantamos e dançamos ao som de She&Him. No fim da noite, ele me deixa na porta da "minha casa", me deseja boa noite e diz que tem que voltar para a vida real. Disse a ele que o tempo que passamos juntos foi maravilhoso, nunca pude imaginar que estar ao lado de alguém que eu jamais imaginaria conhecer, me faria tão bem. Agradeci por tudo e lhe desejei uma ótima noite.
Corri para dentro da casa, subi desesperada em direção ao meu "quarto", pois queria imprimir todas as fotos que tiramos juntos no nosso passeio. Não queria perder nenhum registro de tudo o que se passou. Imprimi todas as fotos, coloquei em cima da minha mesa, tomei um banho, vesti meu pijama de flanela quadriculado e deitei. Deitei e dormi... Profundamente.
Enfim no dia seguinte eu acordei. Acordei no meu quarto normal, com as minhas paredes rosas, minha cama de madeira, meu ursinho Dá Roça, meu violão encostado na escrivaninha e meu mural de fotos. Tudo estava absolutamente normal. Abri minha porta e verifiquei se ainda estava sonhando. Eu já me encontrava na minha casa normal e pacata, como de costume.
Corri para a minha escrivaninha, e em cima dela, se encontrava todas as fotos que havia tirado em Paris. Ao lado, um bilhete em cima da minha moleskine azul. Um bilhete e uma fita. Um bilhete que nunca imaginei que receberia...
"Querida Honey Bee...
Queria lhe agradecer por tudo o que passamos juntos... Guarde bem as fotos.."
Com carinho, O rapaz dos olhos verdes..."
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